Mais de 100 afegãos, em sua maioria mulheres envolvidas na luta por seus direitos, protestaram nesta quarta-feira (11) em Cabul contra a recente execução filmada de uma delas, acusada de adultério.
A vítima, Najiba, de 22 anos, foi
assassinada com dez tiros diante de vários homens, reunidos para
assistir sua morte em um pequeno vilarejo da província de Parwan, 100 km
ao norte de Cabul.
A execução sumária aconteceu depois que
foram recitados trechos do Alcorão de condenação ao adultério. O ato foi
saudado com gritos de “viva o islã” e “vivam os mujahedines”.
As autoridades afegãs informaram que os
assassinos eram talebans, que aplicavam este tipo de pena quando estavam
no poder (1996-2001).
Crime dos talebans
“Queremos justiça”, gritavam as
manifestantes, que marcharam entre o ministério das Mulheres e a Praça
Zanbaq, a poucos metros da sede da presidência.
“A execução de uma mulher pelos talebans
é um crime. O governo deve fazer tudo para levar os culpados aos
tribunais. É seu dever fazer justiça”, afirmou a parlamentar Shyikai
Karaojail.
As manifestantes também pediram ao
presidente Hamid Karzai e a seu governo que atuem em favor da causa das
mulheres, ao invés de apenas manifestar emoção com os atos que afetam as
vítimas.
Sahar Gul, uma adolescente de 15 anos,
liberada em janeiro depois de ser torturada pela família do marido
durante seis meses, um caso que provocou comoção mundial, participou na
manifestação ao lado de uma jovem que teve o rosto queimado com ácido
por rejeitar um casamento forçado.
De acordo com a ONG Oxfam, 87% das
afegãs afirmam ter sido vítimas de violências físicas, sexuais e
psicológicas ou de um casamento forçado.
Fonte: Folha
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